O mundo precisa de mais conhecimento e conscientização sobre diversos tipos de assuntos e, entre eles, está o TEA – Transtorno do Espectro Autista – que, dada a sua importância entrou para o calendário colorido da saúde. Em 2008, a ONU – Organização das Nações Unidas –, criou o Abril Azul a fim de dar maior visibilidade ao autismo. Tais campanhas tem o objetivo de combater o preconceito e despertar o interesse da população pelo assunto.

“A informação gera conhecimento, inclusive, sobre os direitos dos autistas, como por exemplo, acesso a um tratamento adequado e especializado por uma equipe multidisciplinar e que pode ser pleiteado junto aos planos de saúde; inclusão escolar adequada ao quadro do aluno autista; acesso ao mercado de trabalho, entre outros diretos que possuem, e que possibilitarão os marcos do desenvolvimento e uma qualidade de vida melhor ao autista e toda a família”, declara a advogada especialista em direito médico e educacional, Adriana Moretti, sócia do escritório Pasquino & Moretti Advogados, e que defende a causa desde 2016.

Diante disto, nota-se a importância da legislação na garantia de práticas que buscam incluir o autista de forma justa e igualitária nos espaços sociais, com direitos e garantias regulamentados.

O QUE É?

O autismo é um transtorno que afeta o desenvolvimento global do indivíduo, causando uma desordem neurológica que prejudica o desenvolvimento da linguagem, do convívio social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos, e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais.
Os tipos são: Autismo Infantil Precoce, Autismo Infantil, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, Transtorno Desintegrativo da Infância e a Síndrome de Asperger.

As causas podem ser ambientais, genéticas e hereditárias, e os sintomas começam a ser percebidos logo nos primeiros anos de vida, entre 1 e 3 anos. No Brasil, estima-se que existam mais de 2 milhões de pessoas com diagnóstico positivo. E segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde –, cerca de 70 milhões de indivíduos no mundo são autistas, e 1 a cada 6 crianças sofrem deste transtorno, com maior incidência entre os meninos.

Não existe cura para o autismo, mas existem tratamentos que, quando iniciados logo após a manifestação do transtorno, podem minimizar os impactos causados e melhorar as habilidades sociais. O tratamento é direcionado de acordo com as especificidades de cada criança, envolvendo:

– Acompanhamento fonoaudiológico
– Acompanhamento psicológico
– Acompanhamento psicopedagógico
– Acompanhamento pedagógico especializado
– Sessões grupais para trabalhar a socialização
– Integração sensorial
– Tratamento medicamentoso para problemas comportamentais e emocionais
– Programas como ABA e TEACCH
– Terapia ocupacional

“Se sentir especial, normal ou diferente acaba por rotular alguém e, diante de tantos preconceitos existentes nesse mundo ‘Azul’, a desinformação sobre o TEA ou a não aceitação, levam ao diagnóstico tardio por parte das famílias. Por isso, a importância dessa campanha, a fim de que mais pessoas tenha ciência sobre esse quadro de saúde, prestem mais atenção em suas crianças e procurem tratamento o mais rápido possível e, principalmente, informados de seus direitos preservados por Lei”, enfatiza Adriana.