A pesar dos desafios diários, as mulheres estão provando que são qualificadas para assumir qualquer cargo ou profissão que desejam. Hoje, elas ocupam praticamente todas as áreas, incluindo aquelas em que eram, até então, dominadas pelos homens.

Homens e mulheres se valem de diferentes estratégias e habilidades para responder a uma mesma tarefa, o que não significa que um é melhor ou mais privilegiado do que o outro para a execução dela, porém, social e historicamente, a mulher encara diariamente o desafio que envolve a falta de equidade salarial e desigualdade de oportunidades, além das jornadas duplas que enfrentam ao cuidar da casa e dos familiares.

Esta diferença foi comprovada por um relatório do Fórum Econômico Mundial que concluiu que a igualdade de gêneros só se dará em 2095, caso continuarmos no progresso pelos direitos das mulheres.

Diante desse cenário, ser mulher e atuar em profissões tipicamente masculinas ainda é um desafio, mas que tem sido uma revolução e evolução inspiradora, despertando as mulheres a assumirem seus sonhos e vontades para se realizar pessoal e profissionalmente. É no que acredita a empresária Greice Barbosa, proprietária da Rei Car Assembleia Auto Center. “Independentemente do gênero, todo mundo tem o direito de fazer o seu melhor, de ser reconhecido. Se você está em uma determinada profissão, fez por merecer”, avalia.

Greice revela que, apesar de raro, ainda acontece alguns episódios de assédio por alguns clientes e ela credita isso pelo fato de ser mulher. “Trabalho com sete homens e uma mulher, e nossa equipe é muito alinhada para contratempos como esse, que estão cada vez mais raros. O fato de me impor no trabalho e mostrar ao que vim, fazem toda a diferença na tratativa com os clientes”, diz.

Aliás, a falta de empoderamento feminino (de não acreditar ser capaz de conquistar um cargo maior), salário compatível ou reconhecimento pelo que faz, foi o impulso necessário que a engenheira civil, Rose Barros, teve para fundar o projeto “Mulheres na Obra”, com cursos voltados exclusivamente para capacitação técnica na área de construção civil na cidade de Diadema.

“Na minha profissão, vislumbrei a possibilidade de as mulheres participarem de um segmento até hoje dominado pela presença masculina e entendi que poderia ajudá-las, ao criar esse projeto. Faltava ao público feminino uma oportunidade de aprender técnicas da profissão para entrar nesse mercado e quebrar barreiras ou mesmo preconceitos”, explica Rose.

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, a participação feminina na construção civil cresceu cerca de 50% nos últimos anos. Atualmente, são mais de 200 mil mulheres ocupando cargos nos escritórios de engenharia, indústrias e no canteiro de obras.

Rose reforça que ainda existem muitas barreiras a serem superadas, mas a participação das mulheres está crescendo cada dia mais. “É nítido o crescimento não apenas nos cursos de engenharia, mas no mercado de trabalho. Diversos contratantes justificam o destaque das mulheres nessas atividades pelo cuidado, precisão e atenção aos detalhes que é característica marcante das profissionais do sexo feminino”.