A Síndrome de Burnout é uma condição ocupacional reconhecida pela OMS – Organização Mundial da Saúde –, como o resultado do estresse crônico de uma pessoa gerada no local de trabalho. Não se trata de uma doença, mas de um fator que influencia diretamente na saúde humana.

Existem três elementos fundamentais que dão indícios de que o indivíduo tem a Síndrome de Burnout: sentimentos de exaustão, distanciamento mental do trabalho e pior desempenho profissional.

Mas, como saber se a pessoa está quase (e não completamente) esgotado? De acordo com psicoterapeuta e autora do livro “The Burnout Solution”, Siobhán Murray, muitos dos sinais e sintomas do pré-burnout são muito semelhantes à depressão. Então, ela sugere observar os maus hábitos, como o aumento do consumo de bebidas alcoólicas, a dependência de açúcar ao longo do dia e um sentimento de cansaço que não desaparece. A pessoa dorme bem, mas não tem energia ou disposição para nada.

Evite a Síndrome de Burnout

O diretor da NewAge Brasil, Maurício Patrocínio – também autor dos livros “Por que as pessoas não são felizes” e “Relacionamentos Enriquecem” –, salienta que a solução para problemas como a condição de Burnout está no encontro do equilíbrio entre o trabalho e a felicidade, e que a conquista pode ser feita por meio do autoconhecimento e de atitudes diárias que ajudarão as pessoas a desconectarem e a se conectarem nos momentos certos.

Desta forma, para ajudar neste encontro do equilíbrio entre o trabalho e o lazer, e alcançar a felicidade e uma vida mais saudável, Maurício listou cinco conselhos indispensáveis:

1º – Se obrigue a parar

Antes do distanciamento social, os estresses acumulados ao longo do dia de trabalho eram aliviados com os happy-hours ou até mesmo durante o tempo que se perdia no trânsito ou em transportes públicos. As pessoas eram obrigadas a parar. Já neste momento, no qual é preciso evitar sair de casa, sem uma distração obrigatória ou casual, os profissionais foram chamados para a responsabilidade de ter disciplina e de estar mais presentes no trabalho.

2º – Aprenda que sucesso não é sinônimo de sofrimento

É comum escutar os colegas próximos a falarem com orgulho que não se tira férias há um longo tempo, e o pior, vermos pessoas se sentindo culpadas pelo tempo de descanso (direito de todo trabalhador). Isso acontece porque, para a maioria das pessoas, o sucesso só deve ser comemorado e visto com prestígio quando é conquistado pelo sofrimento do esforço excessivo gasto em determinada função.

“Por quaisquer que sejam as razões históricas, em minha opinião, nós temos uma síndrome complexa quando se trata da relação que temos com o trabalho. Parece que temos que sofrer para ter sucesso e que o sucesso sem dor não tem valor e que, em geral, nomeamos de sorte. Compreenda que a qualidade do seu trabalho também está presente nos momentos tranquilos que são adquiridos com o tempo de experiência no ramo”, alertou Maurício.

3º – Se liberte do medo

Por diversas vezes, o resultado de um excelente trabalho é feito por medo de perder o emprego, pela necessidade de provar valor ou até pela necessidade de ser o melhor (simplesmente por ter que ser o melhor). Isso faz com que se construa um projeto de vida que é, em geral, apenas focado no profissional ou quando muito aliando o profissional intenso e estressante com prazeres que aliviam as suas consequências.

4º – Invista no autoconhecimento e em planejamento

Apesar dos resultados negativos, a pandemia trouxe tempo para as pessoas se conhecerem melhor e aproveitarem a própria companhia. A consciência do autoconhecimento quando aliada a um projeto de vida, também consciente e planejado, pode ajudar a entender que não é trabalhar demais ou curtir a vida demais, são os dois em medidas corretas.

“Devemos pensar no nosso plano de vida como pensaríamos em um plano de negócios para a empresa que trabalhamos, dirigimos ou possuímos; ou seja, com o valor que ele realmente merece. Gastamos tanto tempo planejando nossos trabalhos, mas tão pouco planejamos nossas vidas nas quais o trabalho faz parte”.

5º – Fuja da epidemia empresarial

Existem pressões cada vez maiores nas empresas, seja pela obtenção de maior produtividade, menores custos, maiores lucros, entre tantas outras razões. Porém, outra questão muito importante é a relação que cada pessoa tem com tudo isso. Em especial, os brasileiros e os latino-americanos.

“Tudo vem da síndrome complexa que faz acreditarmos que o trabalho é o centro de nossas vidas. Seja como funcionário ou como chefia, tente quebrar o ciclo vicioso fazendo com que as pessoas ao redor também não sejam infectadas, conquistem um ambiente mais leve e menos parecido com uma panela de pressão (prestes a explodir sem qualquer aviso)”, finaliza Maurício.