O fechamento de postos de trabalho, o aumento surpreendente da inflação e a crise econômica instalada no país, fez disparar o número de empreendedores no Brasil, que já ultrapassa mais de 43 milhões de pessoas. Mas que tipo de empreendedores são eles?

Por Isis Moretti

Empreendedor é um indivíduo que transforma ideias em um negócio operacional e, de acordo com o estudo divulgado pelo Global Entrepreneurship Monitor em parceria com o Sebrae, em 2021 surgiram mais de 3,9 milhões de novos negócios no Brasil – um crescimento de 19,8% comparado a 2020, somando cerca de 43 milhões de empreendedores.

O grupo crescente no setor é de jovens na faixa etária entre 18 e 24 anos, representando 55%; as mulheres ocupam 49% deste crescimento. É notável que os empregos estão escassos, e que a forma de relacionamento e oferta profissional estão mudando. Diversas pessoas já entenderam que precisam empreender, porém, não é de hoje que abrir o próprio negócio faz parte dos objetivos profissionais dos brasileiros.

Dados do GEM 2019 já indicavam que uma parte significativa da sociedade (38,7%) passou a enxergar no empreendedorismo, uma forma mais compensadora de atuação profissional do que o trabalho “convencional” em uma empresa privada ou setor público.

Assim, é importante classificar os tipos de empreendedores no Brasil que, de acordo com o CEO da Octadesk, Rodrigo Ricco, pode-se classificar em três grandes grupos, sendo:

Empreendedor por sobrevivência

é o informal, que precisa sobreviver e pagar suas contas. Geralmente, essa pessoa não tem uma visão ampla do negócio e do setor que atua. Normalmente, são empresas de pequeno risco e não envolvem muitas pessoas (uma ou duas no máximo).

Empreendedor individual

segue regras e tem mais estrutura no negócio. No entanto, em termos de preparação, ainda está no começo da jornada empreendedora e olha para o horizonte a curta prazo.

Empreendedor visionário e estratégico

possui uma visão muito mais ampla de como quer escalar o negócio e tem em mente como isso acontecerá. Conhece profundamente o mercado de atuação e entende os problemas a serem resolvidos. E com uma visão melhor construída é muito mais fácil recrutar pessoas para o time e desenvolver a empresa.

“Dentre esses grupos, o mais comum no Brasil é o empreendedor informal. A necessidade que a pessoa tem de sobrevivência faz com ela busque dinheiro de uma determinada forma. Na maioria das vezes, não está preparada para gerir o negócio, mas está pronta para fazer o seu ‘ganha pão’. E quando se considera momentos econômicos mais difíceis, como o aumento da taxa de desemprego, por exemplo, vemos os negócios informais crescerem e conquistar cada vez mais espaço”, disse Ricco.

Em busca do sucesso

O especialista afirma que para obter êxito em um negócio, o primeiro passo é ter uma solução para um grande problema existente, e estar bem-preparado para vender essa ideia inicial. Portanto, ter uma ótima comunicação é fundamental.

Além disso, é preciso estar preparado para ouvir críticas. As primeiras ideias podem precisar de ajustes ao longo do caminho e, para isso, o empreendedor escutará alguns ‘nãos’ e críticas por aquilo que faz. “Quem despreza essas críticas, joga fora uma oportunidade de chegar mais próximo do sucesso. Então, é muito importante ter a capacidade de ouvir e absorver muito bem aquilo que está sendo transmitido, de forma a melhorar os negócios de uma maneira construtiva”, orienta Ricco.

Ele ainda destaca que uma boa característica para se alcançar o sucesso, é que o empreendedor seja um bom executor e estar sempre a disposto a aprender. “Não fazemos nada sozinhos. É preciso saber lidar com pessoas e manter um time engajado nas ideias e no propósito da empresa”, encerra o CEO da Octadesk.