Por Isis Moretti

Quando se fala em inovação, a maioria das pessoas já pensa em tecnologia, como se inovar fosse somente possível com a aquisição ou desenvolvimento de ferramentas tecnológicas. Porém, inovação não é somente isso!

Inovação tem que gerar receita para a empresa, é o que diz o palestrante, consultor e autor, Hugo Santos. “Inovação são mudanças pequenas ou grandes em uma gestão para aumentar a lucratividade, ampliar negócios e a base de clientes”, explica. A questão é que muitos empresários – sobretudo aqueles que nasceram dentro de um contexto mais tradicional – têm dificuldades para aplicar o novo. “Estão erradas as pessoas que pensam que inovação é algo parecido com Nubank, Netflix, iFood etc. É preciso trazer malícia na inovação e desromantizá-la”, completa Santos, que também é fundador da Palestras & Conteúdo.

É comum encontrar empresários que baseiam suas decisões em “achologias”, e esse é um erro crucial. “Trabalhar a partir de suas impressões e do jeito que ‘acha’ ser o correto, desenvolver um negócio no ‘achismo’ é perigoso. Faz-se necessário ter noção real do que está acontecendo no mercado e, principalmente, com os consumidores. Estar conectado ao tempo presente, ao hoje”, salienta Santos. Por exemplo: exercer atividades em um segmento por 20 anos não significa nada se não tiver visão de futuro, cegar-se pelo excesso de experiência é dar um tiro no pé.
Portanto, para dar os primeiros passos rumo a inovação basta ter foco no cliente, que está no centro de tudo. “Reinterprete-o. Do que ele gosta? O que ele quer hoje? Quais foram as mudanças de comportamento pelas quais passou? Como ele se comunica com a sua empresa hoje? Quais são as facilidades e conveniência que o cliente quer hoje? Quando você coloca as demandas atuais dele à frente do seu negócio, onde se pode proporcionar novas experiências para ele, você foca na entrega de valores, o que é uma inovação”, mostra Santos.

Foco total no cliente

Aos empresários com mentalidade mais tradicional, basta observar aqueles que já nasceram dentro do contexto da inovação, que não têm medo de experimentar. Ou seja, tentativa e erro. Deu certo, amplia! Deu errado, muda!

Ao perceber as novas demandas do cliente, a experimentação é algo natural, e pode começar nas pequenas decisões. A mudança está em testar novos caminhos e resultados. “O caminho da inovação é quem vai ensinar a caminhar. E não as ideias anteriores”, reitera.

O empresário de 2022 tem que se moldar, e experimentação é enxergar uma demanda do seu cliente e testar como você pode ajudar (aproximar-se dele e entregar um novo valor). Inovar está ligado com resultados.

Lições da pandemia

A pandemia mostrou que inovar não é só para empresas grandes. Pequenos negócios deram bons exemplos de como fazer diferente para sobreviver em meio ao caos instalado.

Restaurantes começaram a vender de forma online, seja por WhatsApp ou aplicativos. Lojas de produtos (vestuários, principalmente) foram para o e-commerce; trilharam outros caminhos. Inúmeros empresários se reinventaram na crise.

“São pessoas que, se necessário fosse, jogariam por terra tudo o que sabiam e ingressariam em um novo mundo de aprendizados. Muitos tiveram realmente que fazer isso. Aqueles que ficaram só na ‘necessidade’, talvez demorem um pouco para ir mais longe. Mas aqueles que entenderam o processo de mudança, já estão fortalecidos e estão indo muito mais longe”, encerra Santos.