De repente, tudo parece se transformar em um mundo desconhecido; um simples viver ficou diferente. Atualmente, a vida se movimenta de forma não programada a passos largos. Tornaram-se bastante presentes em nossas conversas, palavras como: “pandemia”, “fique em casa”, “Coronavírus”, “Covid-19”, “Sars-Cov2”, “vírus chinês”, “teste para Covid-19”, “sorologias”, “exames para detecção de anticorpos”, entre outras.
Uma rotina que era exclusividade dos profissionais da saúde, agora, é de todos, afinal, somos obrigados a usar máscaras, luvas, álcool gel e a lavar as mãos com mais frequência; falamos naturalmente sobre “respiradores”, “saturação de oxigênio”, “perda de olfato”, “hospitais de campanha” etc.
Os lugares por onde costumávamos andar estão diferentes. Passamos a olhar desconfiados uns para os outros, afinal não sabemos quem são os possíveis transmissores do coronavírus. Ninguém poderia prever que precisaríamos mudar um simples hábito para ir e voltar do supermercado, e higienizar tudo o que trouxemos antes de guardar.
O coronavírus nos colocou em um processo muito rápido de mudança, e isto gera desconfiança, insegurança e incertezas, e, sem dúvida, parece congelar nosso futuro com as avalanches de informações diárias a respeito da nova doença, que infelizmente, nem sempre são assertivas. A OMS – Organização Mundial de Saúde – traçou um plano de prevenção, mas com pouca pesquisa. O mundo cobrou respostas e ela titubeou em suas informações.
Para nós – expectadores da ciência médica e susceptíveis hospedeiros para um vírus –, quando se trata de doença, o assunto fica muito específico, sobretudo quando é uma nova doença. Então, cabe aos especialistas nos direcionarem e mostrarem novas alternativas para uma possível cura. De nossa parte, é preciso entender o que estão nos pedindo, e seguirmos todos a mesma rota, do contrário, a doença progredirá e sentiremos o efeito dela. Por isso, a importância de se combater a causa e não o efeito, pois na atual conjuntura, os estudos ainda apontam e pedem um tempo de pesquisa para um combate eficaz.
Prevenção
Prevenir ainda é o melhor remédio e agir com racionalidade à vida! Sigamos as recomendações dos órgãos competentes. Se é para usar máscara, então use, o que isto vai mudar em uma rotina que já transformou? (O uso da máscara pode reduzir em até 65% o risco de contágio). Lave as mãos, use álcool gel e evite aglomerações.
Estamos diante de um fato e precisamos seguir a vida sem perder tempo com falácias. Para quem não é um profissional da saúde, parece estranho usar algo distante de sua rotina; e para nós da área de saúde, é triste ver pessoas que não percebem que a morte está ocorrendo por falta de cuidado; e não só isto, estão levando aos seus familiares possibilidades reais de risco grave.
Algo importante para quem não teve Covid-19 é manter os cuidados básicos; quem por acaso vier a ter é preciso manter o mínimo de equilíbrio possível e não criar expectativas de que a doença será maior que sua vontade de viver, cabendo neste caso entender o mínimo do comportamento do vírus no seu corpo e as mudanças que ele está provocando: dor de cabeça, febre, coriza, falta de ar, diarreia, dor no corpo (ou seja, sintomas que não fazem parte do seu dia-dia).
Entendendo os sintomas, provavelmente a sua conduta será mais calma e menos pavorosa, e logo a quarentena passará e tudo ficará como antes. Agora, se você possui alguma doença preexistente e sentir um dos sintomas acima, fale com o seu médico, pois o vírus tem se manifestado de formas diferentes em cada pessoa. Uma característica do vírus que o torna mais comum para detecção sem exames, é a perda do olfato, um sintoma clássico e inconfundível.
Cura
Antes de chegarmos à tão esperada cura, seja por vacina ou outros tipos de medicações, precisamos nos atentar ao que está ocorrendo: nos últimos meses, as notícias ficaram centralizadas em um único assunto, e de fato nos choca a informação de 100 mil pessoas mortas e saber que no Brasil não tínhamos algo desta dimensão desde a triste gripe espanhola. Estamos diante de uma doença respiratória antiga e com mutações ao longo da história (hoje causada pelo vírus SARS-CoV-2).
A comunicação de hoje está rápida, facilitando a troca de informações em caráter de urgência para combate as doenças. Estamos confiantes que esta pandemia também será vencida! Vacinas estão sendo testadas, a ciência trabalha a nosso favor e cada um de nós, estamos comprometidos a ficarmos no protagonismo da vida!
Autor: Elias Gabriel
Enfermeiro Sênior especialista em Nefrologia e Gestão da Qualidade e Segurança do paciente.
Trabalha no Hospital Sírio Libanês – SP
Centro de Nefrologia e Diálise
Contatos: gabsaile@gmail.com.br
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